"Quero me tornar Hokage!"







Por Sávio Oliveira

A frase acima é dita várias vezes pelo protagonista do animê Naruto que sonha em se tornar Hokage (chefe da vila) para alcançar o reconhecimento de todos. Além disso, ele guarda uma maldição: logo após nascer, o Hokage da aldeia selou no corpo de Naruto um demônio que estava destruindo a vila. Por isso, aos olhos preconceituosos dos habitantes da aldeia Naruto cresce invisível. E em meio à infância conturbada, consegue se formar na academia ninja.
O animê traz a brecha para uma inquietação própria da modernidade, a invisibilidade da sociedade de massas, que pode chegar a um estado de morte simbólica. E também o fato de grande parte do nosso “eu” estar presente no outro. E não em apenas um único outro, mas vários “outros”. Pois não sou o que penso ser, mas o que os outros pensam de mim. Pois para me reconhecer como tal é preciso que o outro me reconheça. E quando este outro rejeita nossa existência, ou pior, fica indiferente a ela é altamente perturbador (na rejeição subentende-se o reconhecimento, na indiferença não). Esta situação é vivenciada diariamente por mendigos, indigentes e atualmente por corriqueiros vendedores de bombom nos coletivos. É essa invisibilidade que motiva Naruto a ser reconhecido tornando-se Hokage da vila.
Mas antes de chegar ao posto de Hokage (o animê ainda está em exibição) Naruto é reconhecido por Sasuke, seu grande adversário e melhor amigo, o qual é extremamente que também vive situação parecida. Porém Sasuke é motivado pelo desejo de vingança contra seu irmão. Aliás, a questão é bastante pertinente no animê devido a uma sociedade formada por clãs, que levam responsabilidades aos sucessores. Levando conflitos na busca da identidade e auto-afirmação.

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