Por Adriano Fernandes
A empregada doméstica Carla Nascimento Malcher merece um salário extra no fim deste mês. Tudo porque ela descobriu uma espécie de “baú do tesouro” no sofá da casa de seu patrões, um apartamento de classe média-alta no centro de Belém. Numa de suas faxinas diárias, na manhã desta sexta-feira, Carla percebeu que o sofá três lugares da sala principal era desmontável e, abrindo-o descobriu que seu fundo era oco. No espaço vazio dentro do sofá a empregada coletou uma série de quinquilharias domésticas que os habitantes da residência pensavam estar perdidas para sempre.
Entre os objetos encontrados, havia um boneco guerreiro de apenas cinco centímetros de altura, parte de uma coleção de quase 50 outros bonecos de variadas formas e cores, sempre do mesmo tamanho. O dono da coleção, até então incompleta, o pequeno João Lucas de apenas 10 anos, estava radiante. “Eu pensei que tinha perdido o Thunder Hero [nome do boneco] na escola”, disse empolgado o menino. Sua mãe Beatriz Azevedo também estava contente, pois a perda do boneco tinha deixado a criança triste por muitos dias, já que sem ele sua coleção estava incompleta. “É um boneco caro, importado, nós não teríamos condições de comprar outro pro Lucas. Tivemos muita sorte de a Carla tê-lo encontrado”, comenta satisfeita a mãe, que trabalha como corretora de imóveis.
Beatriz também teve um pertence seu encontrado no achado da empregada. Trata-se de uma cartela de um remédio analgésico, que a corretora havia perdido há muito tempo. O medicamento já estava fora da validade, mas Beatriz lembra muito bem do dia que o perdeu. “Foi em uma das minhas crises de dor de cabeça. Eu tinha tomado um pela manhã, mas à noitinha a dor havia voltado. Então resolvi tomar outro para poder trabalhar em paz durante a noite. Mas devo ter me distraído e o remédio caiu dentro do sofá”. A corretora lembra que a perda do analgésico até rendeu bons frutos ao modo como ela passou a tratar suas crises de enxaqueca. “Como eu não sabia onde estava o remédio, resolvi beber muita água e ir dormir, deixando o trabalho para o dia seguinte. A dor de cabeça estava controlada no outro dia. Percebi que a causa dela era o excesso de trabalho e o estresse.” Beatriz diz que hoje aposentou os analgésicos, pois considera que o melhor tratamento contra suas enxaquecas é mais descanço e menos preocupação.
Além da cartela de comprimidos e do boneco, foi encontrado dentro do sofá um controle remoto e algumas moedas, entre elas uma de um centavo. O pai da família, o advogado Ciro Azevedo, achou curioso o fato de terem encontrado uma moeda de um centavo. “Não se vê esse tipo de moeda circulando por aí, acho que até já pararam de cunhar”. Azevedo disse que guardará a moeda, como curiosidade, já que ela quase não tem valor real atualmente. “Hoje ela não vale quase nada, mas quem sabe num futuro distante não valha uma pequena fortuna?”, se pergunta, entre risos, o advogado.
Os objetos cairam do assento do sofá até sua parte interna por uma abertura quase imperceptível nas bordas do móvel. Puxando um encosto do sofá por essa abertura, a doméstica Carla Nascimento conseguiu desmontá-lo e reaver os objetos perdidos. Sobre uma possível gratificação à funcionária, os patrões desconversam: “quem sabe no dia em que ela encontrar petróleo no quintal”, brinca Beatriz.
Huahauhauah
ResponderExcluirMaravilha de texto! Aproveito a oportunidade para registrar os meus parabéns a Carla Malcher, nossa Amelie Polain belenense. Mais do que bens, as lembranças que ela achou são muito preciosas.
Um peixinho Adrilco!