Mais Um Enlatado?





Por Raynéia Machado

Na oitava série, anotei na minha lista de conhecimentos gerais que “Ferro” é um elemento químico da tabela periódica, que “Homem” é um animal bípede pertencente à ordem dos primatas e à subespécie Homo sapiens sapiens e que “Homem de ferro” é um personagem das histórias em quadrinho da Marvel Comics, criado por Stan Lee em 1963, cujo Alter Ego é o milionário das indústrias bélicas Tony Stark. Esse mês, precisei incluir nessa lista que o filme “Homem de Ferro 2” é uma das melhores adaptações de HQ que o cinema já produziu.
Precisei mesmo, e vou te mostrar por que. Quem passa um pano rápido no roteiro, vê que a história se desenrola a partir da revelação que Tony (mais uma vez interpretado por Robert Downey Jr e sua cara cínica de fanfarrão) faz no final do primeiro filme. Dizer ao mundo “Eu sou o Homem de ferro!”, traz para a cola do herói muito mais que fama, mulheres, festas e máquinas possantes. Agora que sua identidade deixou de ser secreta, seus adversários já sabem onde lhe encontrar e em que calo pisar. É o que faz Ivan Vanko (Mickey Rourke, com aparência mais repulsiva que Mark, em Sin City ), o físico russo que vive à margem da sociedade esperando uma oportunidade para se vingar da família Stark. Ele se alia ao concorrente de Tony no mercado de armas, o empresário Justin Hammer (Sam Rockwell) e inicia uma parceria na construção de um arsenal de robôs de guerra, um usando dinheiro, o outro, inteligência.
No meio de tudo isso, Tony precisa descobrir como lhe dar com o fato de estar sendo destruído aos poucos pela mesma tecnologia que o faz ser o Homem de Ferro, além de ter que recorrer ao seu passado de “pobre menino rico”, buscando na relação com seu falecido pai, Howard Star (Dominic Cooper), a cura para esse e outros males, como o alcoolismo (ainda que no filme isso tenha sido mostrado de forma bem superficial).
Nada demais, certo? À primeira vista, o roteiro parece trazer uma série de clichês tão conhecidos quando o assunto é “filme de HQ”. Vilões que se unem pra destruir herói e herói que vive conflitos de humanos... Já vi essa história em algum lugar... É, mas só em um primeiro momento, porque “Homem de Ferro 2” está longe de ser apenas isso. O que o diretor Jon Favreau faz, na verdade, é uma grande homenagem aos 47 anos de história do personagem.
O filme é um manual que todas as produtoras de adaptações deveriam seguir: respeita a história do personagem, seus dramas, suas limitações, explorando os pontos mais interessantes da sua trajetória nas HQ’s.
Além disso (e para o delírio dos/das nerds de plantão), “Homem de Ferro 2” conta com a participação muito bem aproveitada de outros personagens do Universo Marvel, como os agentes da S.H.I.E.L.D, a Viúva Negra e o Máquina de Combate, e também faz referências ao filme do Hulk e às sequências previstas pela Marvel Studios para o filme do Thor, Capitão América e para a maior de todas as suas obras, o filme dos Vingadores.
Parece que eles encontraram a medida certa para transformar o que antes eram vistos apenas como Blockbusters hollywoodianos em grandes homenagens... Espero que a DC siga o mesmo exemplo, pra que eu possa atualizar a minha lista com boas anotações sobre o filme do Lanterna Verde, de quem eu sou grande fã e que está previsto para ser lançado ano que vem... Mas isso é assunto para outro fanzine...

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