
Um texto do Visconde da Casa Verde (extraído da revista “Geraldão” n°7

Édipo
Foi que resolveu todos os problemas de uma só vez, dando água na boca em todas as réles imitações que o sucederam sem muito sucesso. Geraldeou de forma perfeita e didática: matou o pai, comeu a mãe, traçou a priminha de 12 anos (isso a História não conta) e deu em cima da sogra. O grande patrono mítico, o parâmetro, o inimitável. A Humanidade deve tudo a ele.
Freud
Foi quem levantou a bola pela primeira vez, as bolas, aliás, que levantaram ju
nto com o bimbo num dia que ele campaneou sua mãe tomando banho. Entre uma carreirinha e outra de coca, Freud alimentava, mesmo depois de velho, essa libido caseira. E seu tesão era justificado, posso testemunhar de cátedra. Conheci sua mãe num baile de debutantes em Viena, pelos idos de 1910. Era uma mulher alta, loira, com um peitoril de dar inveja na Jane Mansfield. Conversamos um pouco, trocamos confidências sobre a música de Strauss e logo fomos geralderar no sofá de meu apê. Freud pra lá, Freud pra cá, demos sete, número cabalístico. Mas isso é uma outra história, mais comprida, que contarei com detalhes liricamente escabrosos nos três primeiros tomos de minhas Memórias, a saírem em breve.
Garrincha
Se o Ger
aldão fosse jogador de futebol, ele com certeza seria o Garrincha, despirocado, intuitivo, porralouca. Ganhou a Copa do Chile de 62 sozinho e não se tocou disso até morrer, pois quem acabou capitalizando a fama foi Pelé, um excelente preto de alma branca. Garrincha geraldeava o tempo todo, fazia até o técnico de João, se mandava de fininho da concetração, tomava duas cachaças, dava uma bimbada e ainda voltava para meter três bolas sem tirar de dentro das redes. Tomava picada até no joelho. Comia a bola, o jogo, a mãe do goleiro, a mulher do técnico e a irmãzinha do gandula. Tem filhos espalhados pelos quatro cantos do mundo, em países que ele não conseguia pronunciar nem a primeira sílaba. Você, caro leitor, tem certeza mesmo que aquele frangote do Júnior, aquele com as pernas arqueadas é mesmo seu? Confira.
Nietzsche
Édipo
Foi que resolveu todos os problemas de uma só vez, dando água na boca em todas as réles imitações que o sucederam sem muito sucesso. Geraldeou de forma perfeita e didática: matou o pai, comeu a mãe, traçou a priminha de 12 anos (isso a História não conta) e deu em cima da sogra. O grande patrono mítico, o parâmetro, o inimitável. A Humanidade deve tudo a ele.
Freud
Foi quem levantou a bola pela primeira vez, as bolas, aliás, que levantaram ju
nto com o bimbo num dia que ele campaneou sua mãe tomando banho. Entre uma carreirinha e outra de coca, Freud alimentava, mesmo depois de velho, essa libido caseira. E seu tesão era justificado, posso testemunhar de cátedra. Conheci sua mãe num baile de debutantes em Viena, pelos idos de 1910. Era uma mulher alta, loira, com um peitoril de dar inveja na Jane Mansfield. Conversamos um pouco, trocamos confidências sobre a música de Strauss e logo fomos geralderar no sofá de meu apê. Freud pra lá, Freud pra cá, demos sete, número cabalístico. Mas isso é uma outra história, mais comprida, que contarei com detalhes liricamente escabrosos nos três primeiros tomos de minhas Memórias, a saírem em breve.Garrincha
Se o Ger
aldão fosse jogador de futebol, ele com certeza seria o Garrincha, despirocado, intuitivo, porralouca. Ganhou a Copa do Chile de 62 sozinho e não se tocou disso até morrer, pois quem acabou capitalizando a fama foi Pelé, um excelente preto de alma branca. Garrincha geraldeava o tempo todo, fazia até o técnico de João, se mandava de fininho da concetração, tomava duas cachaças, dava uma bimbada e ainda voltava para meter três bolas sem tirar de dentro das redes. Tomava picada até no joelho. Comia a bola, o jogo, a mãe do goleiro, a mulher do técnico e a irmãzinha do gandula. Tem filhos espalhados pelos quatro cantos do mundo, em países que ele não conseguia pronunciar nem a primeira sílaba. Você, caro leitor, tem certeza mesmo que aquele frangote do Júnior, aquele com as pernas arqueadas é mesmo seu? Confira.
Grande filósofo alemão, acabou viciado em morfina (e dá-lhe picada!) numas de aplacar uma insuportável dor de estômago. Deve ter morrido, além de completamente louco, também virgem. Foi abandonado duas vezes na porta da igreja por duas noivas diferentes. Geraldeou até o fim. Pouco antes de morrer, quando passeava pelas ruas de Munique com sua irmã, viu um cocheiro horroroso chicoteando um belo cavalo. Não deu outra: tomou as dores do animal, meteu a mão no cocheiro e beijou o equino no rosto.
Macunaíma
Nada mais geraldeante que Macunaíma: preguiçoso, sacana, tarado. Contrariando o folclore, Macunaíma não foi personagem, existiu mesmo e foi autor do livro, uma autob
iografia recheada de fatos obscenamente verídicos. Durante um bacanal em sua casa na rua Lopes Chaves, enquanto Mário de Andrade entubava a brachola de um jovem mancebo em flor e recitava sua poesia neoparnasiana, Macunaíma traçava uma indiazinha com os quatro lábios de mel. Num momento lá qualquer, no auge da suruba, Macunaíma descuidou-se e Mário surrupio-lhe os originais, publicando-os mais tarde como se o texto fosse dele, Mário de Andrade. Mas a História lhe fará justiça, pois todos sabem que Mário nunca espocou a cilibina e nem estuprou a piririca.Elvis
O rock’n’roll quem diria, também teve quem geraldeasse pra valer. Foi nada menos que o monarca, o rei edipão Elvis The Pelvis Presley. Consta que, além de desligar a
TV com uma garrucha de dois canos, acertando os cornos dos apresentadores de noticiários na tela, ele tinha no quarto de dormir um quadrinho da mãezinha de 4 metros de altura por 2 de largura. Segundo depoimentos de sua esposa Priscilla e outras indiscretas ex-amantes, o bimbo rebolante do roqueiro só levantava quando seus olhinhos infantis batiam no retrato da mamã. Vai geraldear assim na casa da mãe do Chuck Berry!
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